JOVEM DE 22 ANOS MORRE EM ACADEMIA DE COPACABANA SEM RECEBER SOCORRO ADEQUADO
Falta de desfibrilador fere lei de 2022 e leva à interdição do estabelecimento na Zona Sul do Rio
Jovem universitária, tinha 22 anos, e teve um mal súbito, após exercício - Arquivo pessoal
Dayane de Jesus, estudante de Relações Internacionais da UFRJ, teve um mal súbito enquanto treinava em uma academia de Copacabana, na noite de terça-feira (20), e não resistiu. A jovem de 22 anos chegou a ser socorrida por frequentadores do local, entre eles um médico, mas a ausência de um desfibrilador — equipamento obrigatório por lei — impediu uma tentativa eficaz de reanimação.
A tragédia gerou revolta entre amigos e familiares, especialmente após a constatação de que o estabelecimento descumpria normas administrativas essenciais de primeiros socorros. A Polícia Civil interditou a academia nesta quarta-feira (21), e encaminhou a documentação para a Prefeitura do Rio, responsável por aplicar as sanções administrativas previstas na legislação.
De acordo com a Lei Estadual nº 9.049/2020 e sua ampliação em 2022, academias e centros de treinamento devem ter pelo menos um desfibrilador disponível para uso imediato, além de equipe treinada para manuseá-lo. Câmeras de segurança registraram o momento em que Dayane caiu, e mostram o desespero dos presentes diante da ausência do equipamento essencial.
Amigos afirmaram que Dayane tinha histórico de problemas cardíacos, mas seus exames estavam atualizados e em dia. “Ela estudou no Pedro II, passou para a UFRJ, um curso com nota de corte altíssima. Era periférica, esforçada, estava no último período da faculdade... Era motivo de muito orgulho”, contou emocionado Rafael D’Ávila, amigo próximo da jovem.
A Polícia pretende ouvir todas as testemunhas presentes no momento da morte para entender as circunstâncias e investigar eventuais responsabilidades criminais.
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