TRAFICANTES LANÇAM GRANADA COM DRONE EM PARQUE INFANTIL NA ZONA NORTE DO RIO
Facção ligada ao TCP teria sido responsável pelo ataque; ação chocou moradores de Congonhas e expôs novamente o avanço da violência armada
Crianças brincavam de bicicleta e se divertiam em um parque público na localidade de Congonhas, Zona Norte do Rio de Janeiro, quando foram surpreendidas por um ato criminoso de extrema gravidade. Um drone, supostamente operado por traficantes do Complexo da Serrinha, lançou uma granada no meio do espaço, por volta das 19h47 deste domingo, 15 de junho de 2025.
Apesar do susto e da gravidade da situação, não houve registro de feridos, mas a cena provocou pânico entre as famílias que frequentavam o local. Segundo relatos divulgados nas redes sociais, não havia confronto armado, presença policial ou atividade de rivais no entorno naquele momento — apenas moradores e crianças aproveitando o fim do domingo.
As primeiras informações indicam que o ataque teria partido de criminosos ligados à facção Terceiro Comando Puro (TCP). Ainda não está claro o motivo da ação, mas o uso de drones com artefatos explosivos mostra um novo patamar na ousadia das facções armadas que atuam no Rio.
REPRESÁLIAS CONTRA O ESTADO
A mesma facção já havia protagonizado uma ação igualmente violenta cinco dias antes, durante uma operação da Polícia no Complexo de Israel, também na Zona Norte. No dia 10 de junho, por volta das 6h30 da manhã, uma grande operação foi deflagrada por forças do Polícia Civil, Militar e o CORE, visando prender integrantes do TCP, liderados por Álvaro "Peixão" Malaquias.
Durante a ofensiva, criminosos abriram fogo de fuzis em direção à Avenida Brasil, atingindo ônibus, veículos civis e até ambulâncias. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas — entre elas, um motorista de ônibus, baleado no braço enquanto trabalhava. O passageiro que estava próximo assumiu o volante e conduziu o coletivo até o quartel dos Bombeiros, onde o condutor recebeu atendimento e teve alta médica no dia seguinte.
ESTADO CLASSIFICA COMO ATO TERRORISTA
O governo estadual e a cúpula da Segurança Pública classificaram essas ações como atos de terrorismo urbano, pela gravidade dos ataques e pelo uso de armamento militar em áreas civis. O uso de drones para lançar explosivos em parques e o disparo indiscriminado contra vias expressas movimentadas elevam ainda mais o nível de insegurança e provocam forte temor nas comunidades afetadas.
Enquanto moradores vivem sob constante risco e lidam com a rotina da guerra não declarada, o Estado promete reforçar operações e investigações para identificar os responsáveis. Mas para quem estava no parque ou no ônibus, a sensação é clara: a violência não tem mais limite, e qualquer um pode ser o próximo alvo.
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