Um mistério que jamais foi desvendado pela polícia, intriga moradores antigos de Niterói até hoje.: O Caso das Máscaras de Chumbo aconteceu nos Anos 60
Dois técnicos de Campos foram encontrados mortos com trajes estranhos, bilhetes enigmáticos e máscaras de chumbo. Um caso que segue sem explicação.
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Foto: reprodução |
Caso das Máscaras de Chumbo em Niterói continua um dos maiores mistérios do Brasil, sem solução mesmo após décadas.
Um dos casos mais enigmáticos da história policial brasileira aconteceu em Niterói, nos anos 1960, e até hoje levanta dúvidas, especulações e teorias conspiratórias. O episódio, conhecido como "O Caso das Máscaras de Chumbo", ocorreu no Morro do Vintém, atrás do Hospital Antônio Pedro, e envolveu dois técnicos em eletrônica que saíram da cidade de Campos dos Goytacazes rumo a um destino que jamais retornariam.
A Estranha Viagem
Em 17 de agosto de 1966, Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana, ambos com cerca de 30 anos, saíram de Campos dos Goytacazes dizendo às famílias que iriam comprar equipamentos eletrônicos e um carro novo. Em Niterói, passaram pela tradicional loja Fluscop, localizada no centro, onde compraram componentes para rádio e... duas capas de chuva — mesmo com o tempo firme. Um dos atendentes da loja os descreveu como apressados, mas tranquilos.
Depois, entraram em um jipe e dirigiram-se ao Morro do Vintém, onde, supostamente, pretendiam fazer um tipo de experimento ou ritual. A área escolhida era de difícil acesso, coberta por mato fechado e com vista privilegiada para o céu — um detalhe que alimentaria teorias ufológicas.
A Macabra Descoberta
Três dias depois, em 20 de agosto, um garoto que soltava pipa no alto do morro encontrou dois corpos deitados lado a lado, em avançado estado de decomposição. Estavam vestidos com ternos, capas de chuva plástica, e usavam máscaras de chumbo artesanal cobrindo os olhos. Ao lado deles, um bloco de anotações com a seguinte mensagem:
“16h30 estar no local determinado. 18h30 ingerir cápsulas, após o efeito proteger metais aguardar sinal máscara.”
Também foram encontrados:
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Um pacote com garrafas de água mineral lacradas
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Um lenço
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As notas fiscais das compras feitas no centro de Niterói
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Equipamentos eletrônicos simples
Não havia sinais de luta, ferimentos ou violência. O laudo do IML indicou que não foi possível identificar a causa da morte por conta do estado dos corpos. Nenhuma cápsula foi encontrada no local, e exames toxicológicos não foram conclusivos.
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Teorias: Do Ocultismo à Ufologia
A polícia trabalhou inicialmente com hipóteses de suicídio ritualístico, overdose acidental e até assassinato premeditado. Mas nada foi comprovado. Rapidamente, o caso saiu do campo da investigação policial e entrou no folclore nacional.
Algumas teorias levantadas:
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Que os dois estariam realizando um experimento para entrar em contato com extraterrestres, usando as máscaras de chumbo como proteção contra radiações.
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Que seriam membros de uma seita espiritualista, realizando um ritual de projeção astral.
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Que estariam testando comunicação via rádio com entidades de outra dimensão.
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Ou que foram envenenados por alguém que os induziu ao ritual.
Também se levantou a suspeita de que os dois vinham praticando esses experimentos há algum tempo em Campos, onde vizinhos relataram comportamento estranho e “tentativas de contato com o além”.
E o Terceiro Homem?
Uma pista que nunca foi esclarecida é a de um terceiro homem. Alguns testemunhos afirmam que havia outra pessoa no jipe com os dois técnicos, mas ninguém foi identificado. Essa figura misteriosa levantou suspeitas de que poderia ser um mentor, guru espiritual ou cúmplice que desapareceu após a tragédia.
A Lenda Que Ecoa Até Hoje
O caso jamais foi solucionado. A falta de uma causa de morte, os objetos estranhos, os bilhetes enigmáticos e as máscaras de chumbo fizeram com que o episódio ganhasse projeção internacional. Já foi tema de livros, documentários, reportagens do Fantástico, e citado até pela revista Fortean Times, especializada em fenômenos inexplicáveis.
O Morro do Vintém, hoje parcialmente ocupado, ainda é lembrado por moradores antigos como o palco de um dos mais inquietantes mistérios do Brasil. As máscaras de chumbo viraram símbolo do inexplicável, do oculto, do que escapa à lógica forense e à razão científica.
Mais de meio século depois, a pergunta ainda paira no ar:
O que realmente aconteceu com Miguel e Manoel naquela tarde em Niterói?
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