ALERJ COSPE NA CARA DA SOCIEDADE E LIBERA RODRIGO BARCELLAR, PRESO POR VAZAR INFORMAÇÕES PARA DEPUTADO QUE TEM LIGAÇÃO COM O COMANDO VERMELHO
Decisão da CCJ expõe um Legislativo que já não teme parecer cúmplice do crime organizado
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| Foto: reprodução |
A ALERJ mergulha cada vez mais fundo no pântano ético que sufoca o Rio de Janeiro. A sensação para quem observa de fora é amarga: a Casa que deveria defender a sociedade parece atuar como uma extensão política das facções, ou no mínimo como um ambiente que normaliza a inversão completa de valores. Em vez de proteger o interesse público, a Assembleia passa a imagem de quem esmurra a Justiça e estende a mão a quem está cercado por acusações gravíssimas.
Nesta segunda-feira (8/12), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj aprovou o Projeto de Resolução que recomenda a revogação da prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), detido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O placar terminou em 4 votos a 3 pela soltura.
A falta de unanimidade impede o encerramento do processo dentro da comissão, e o tema segue agora para o plenário, onde os 69 deputados deverão decidir o destino do parlamentar. Para que a prisão seja derrubada, são necessários 36 votos favoráveis. O texto aprovado na CCJ funciona apenas como um parecer formal, que pode ou não ser seguido pelos demais deputados.
Como votaram os integrantes da CCJ:
Pela revogação da prisão:
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Rodrigo Amorim (União)
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Alexandre Knoploch (PL)
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Fred Pacheco (PMN)
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Chico Machado (Solidariedade)
Pela manutenção da prisão:
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Carlos Minc (PSB) — suplente de Vinícius Cozzolino (União)
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Elika Takimoto (PT)
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Luiz Paulo (PSD)
Rodrigo Amorim, presidente da comissão, declarou que a Alerj estaria apenas “resolvendo a prisão”, cumprindo a Constituição. Mas a fala não ameniza o desgaste. A decisão final continua nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que poderá considerar — ou simplesmente ignorar — o parecer político enviado pela Casa.
Em meio a um estado já dominado por milícias, tráfico e corrupção institucionalizada, decisões como essa só ampliam a sensação de fracasso moral de uma Assembleia Legislativa que insiste em andar de mãos dadas com a desconfiança da população.

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