Ministro de Minas e Energia afirma que não há necessidade de retomada imediata da medida, mas debate sobre o tema permanece em pauta
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o governo federal não adotará o horário de verão em 2024. A decisão foi tomada após reunião com o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), onde se concluiu que a medida não é necessária neste ano devido à segurança energética atual e à leve recuperação dos níveis hídricos.
"Chegamos à conclusão de que não há necessidade de implementar o horário de verão para este verão. A segurança energética está assegurada e podemos reavaliar a medida em 2025", explicou o ministro. Silveira destacou ainda que o horário de verão é uma política que requer uma análise contínua e cuidadosa, considerando tanto seus impactos positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia.
Embora o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tenha recomendado a medida em setembro, as chuvas e o aumento nos níveis dos reservatórios de hidrelétricas melhoraram o cenário. Isso dispensou a necessidade de adiantamento dos relógios em 2024, principalmente por conta do curto prazo para a adequação de setores importantes, como o da aviação.
Retorno em 2025 em análise
O governo federal continuará a monitorar o cenário energético e avaliará a possível retomada do horário de verão a partir de 2025. A medida, que foi suspensa em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, visava inicialmente economizar energia elétrica aproveitando a luz solar durante os meses de maior calor.
Entretanto, a eficácia do horário de verão diminuiu ao longo dos anos devido às mudanças no comportamento da sociedade e aos avanços tecnológicos. Hoje, a discussão sobre sua volta foca no potencial de aproveitamento da geração de energia solar, o que poderia reduzir o uso de termelétricas, mais caras e poluentes.
Impacto na geração de energia
Adotar o horário de verão poderia otimizar a geração solar, deslocando o pico de consumo para horários de maior aproveitamento dessa fonte de energia, reduzindo, assim, a necessidade de acionamento de usinas térmicas. Isso ajudaria a poupar os reservatórios das hidrelétricas, que sofrem com os períodos de seca.
O retorno da medida dependerá, no entanto, da revogação de um decreto de 2019 que encerrou o horário de verão. Até lá, o governo seguirá avaliando as melhores formas de equilibrar a oferta e demanda de energia no país.
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