O amor e a misericórdia, pilares do ensinamento cristão, vêm sendo distorcidos por interesses pessoais e discursos de ódio
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Há mais de dois mil anos, um homem simples mudou o curso da humanidade com palavras de compaixão. Hoje, o que resta de sua mensagem original?
Há mais de dois mil anos, um homem caminhou pela Terra, especialmente pelas regiões que hoje conhecemos como Israel e Palestina. Filho de Maria e do carpinteiro José, ele não veio com coroas ou exércitos, mas com uma mensagem revolucionária, centrada no perdão, na misericórdia e no amor ao próximo.
Jesus de Nazaré não pregava religiões, nem desrespeitava as autoridades do seu tempo. Pelo contrário: respeitava as instituições, convivia com os excluídos, curava os doentes, amparava os rejeitados e incentivava a caridade como ato de fé verdadeira.
Séculos se passaram desde a sua crucificação. E mesmo diante de tantas transformações culturais, guerras e rupturas religiosas, sua lembrança continua viva, ecoando nos corações e na história. No entanto, o mundo contemporâneo parece ter se afastado da alma do seu ensinamento.
Muitos dos que hoje dizem seguir Jesus parecem ter se esquecido da essência daquilo que ele ensinou. A mensagem de amor tem sido deturpada, transformada em espetáculo de poder, vaidade ou lucro. Há quem use o nome de Cristo para enriquecer, explorando a fé e a ganância alheia. Há quem use sua imagem para justificar preconceitos, ódio, exclusão e arrogância.
Mas a verdade é simples — e está registrada em seus próprios lábios:
“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”
Esse, segundo o próprio Jesus, é o maior de todos os mandamentos. Ele resume toda a Lei e os ensinamentos dos profetas. Quem o cumpre, cumpre tudo. Quem o ignora, pode até frequentar templos, vestir-se de santidade, mas estará distante da luz do Cristo.
Vivemos tempos em que a religiosidade grita, mas o amor silencia. Em que se fala muito de Deus, mas se age pouco com misericórdia. Talvez seja hora de revisitar o Evangelho com o coração aberto, e não com os olhos da conveniência. Porque Jesus não veio para criar muros, e sim para derrubá-los.
E o verdadeiro cristão não é aquele que apenas crê, mas aquele que ama — como Ele amou.
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