NOVA PROMESSA DE LINHA 3 DO METRÔ: LIGAÇÃO ENTRE RIO E SÃO GONÇALO VOLTA À MESA COM PREVISÃO DE ENTREGA ATÉ 2032

Projeto inclui túnel sob a Baía de Guanabara e promete integração metropolitana com 31 novas estações

Foto: divulgação


Plano prevê 31 estações e túnel entre Rio e Niterói, com promessas de operação a partir de 2031

Uma nova promessa para a implantação da Linha 3 do metrô, conectando o Rio de Janeiro a São Gonçalo, foi anunciada nesta segunda-feira (9) pela Secretaria de Estado de Transportes. O projeto, que integra o novo plano de expansão do modal, prevê 44 quilômetros de trilhos, 31 estações e um túnel submerso sob a Baía de Guanabara. A previsão é de que os primeiros trechos entrem em operação em 2031 e todo o trajeto esteja finalizado até 2032, com investimento estimado em R$ 28,8 bilhões, por meio de Parceria Público-Privada (PPP) ou certificados de potencial construtivo (Cepacs).

A Linha 3, promessa antiga que nunca saiu do papel, foi colocada como uma das principais frentes do novo plano. O trecho terá 22 km de extensão, indo da Praça Quinze, no Centro do Rio, até Guaxindiba, em São Gonçalo, com uma importante parada em Niterói, na Praça Arariboia. O túnel subaquático, de aproximadamente 3 km, será escavado entre a Praça Quinze e a Estação Cantareira, em Niterói. Só essa parte do projeto exigirá cerca de R$ 14,6 bilhões.

— Vamos conectar o Rio a São Gonçalo e Niterói com um transporte de alta capacidade e conforto. É um sonho antigo que agora começa a sair do papel. A população será a principal beneficiada — declarou o secretário de Transportes, Washington Reis.

Além da Linha 3, o plano também inclui a extensão da Linha 2, com 3,7 km a mais, ligando o Estácio à Praça Quinze, com investimento de R$ 4,4 milhões; e um novo trecho da Linha 4, entre o Jardim Oceânico e o Recreio, com 19 km de extensão e previsão de R$ 9,8 bilhões em recursos.

O governo estadual aposta na articulação com a União e os municípios para buscar os recursos e viabilizar o modelo de financiamento. O próximo passo será a elaboração dos estudos de modelagem e viabilidade, com previsão de contratação das obras já no primeiro semestre de 2026.

Durante o anúncio, diversas autoridades estiveram presentes, entre elas o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o prefeito de São Gonçalo, Capitão Nélson, e o ministro das Cidades, Jader Filho.

— O que está sendo proposto aqui é transformador para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro — afirmou Paes.

Segundo o ministro das Cidades, já estão garantidos R$ 20 milhões do governo federal para financiar os estudos da Linha 3. O Estado deverá aportar outros R$ 12 milhões para concluir os três projetos previstos. O ministro afirmou ainda que, após os estudos, será possível definir as formas de financiamento das obras, que podem incluir recursos do BNDES.

— Estamos discutindo aqui como facilitar o dia a dia das pessoas, encurtar distâncias, fazer com que não fiquem perdendo tempo no trânsito, além de dar mais qualidade ao transporte público — declarou Jader Filho.

Décadas de promessas e frustrações

A ideia de levar o metrô à Região Metropolitana do Rio não é nova. O projeto original do metrô carioca, de 1968, já previa uma linha subterrânea até Niterói, com conclusão prevista para 1990. Em 1976, o traçado foi estendido até Alcântara, em São Gonçalo.

Desde então, inúmeros anúncios, mudanças de traçado e licitações fracassadas marcaram a história da Linha 3. Em 2001, um edital chegou a ser lançado para o trecho entre Niterói e São Gonçalo, mas limitava-se a um metrô de superfície. Já em 2013, o então governador Sérgio Cabral e a presidente Dilma Rousseff anunciaram uma parceria para levantar R$ 2,57 bilhões, mas o projeto acabou abandonado anos depois.

Em 2015, o metrô foi substituído por alternativas como o BRT e o VLT, também descartadas. Já em 2023, novo edital foi lançado para estudos de viabilidade técnica, jurídica e ambiental, mas nada avançou.

Apesar das promessas repetidas e da frustração histórica, o governo aposta que, agora, a Linha 3 sairá do papel. Até lá, resta à população aguardar e acompanhar mais um capítulo dessa longa novela da mobilidade urbana fluminense.

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