QUATRO CORPOS MUMIFICADOS SÃO ENCONTRADOS EM NECROTÉRIO DO HOSPITAL SALGADO FILHO, NO RIO

Polícia Civil investiga negligência e possíveis crimes no armazenamento de cadáveres na unidade

Foto: reprodução

Quatro corpos em estado de mumificação foram achados no necrotério do Hospital Salgado Filho. Polícia apura negligência e crimes envolvendo o manejo de cadáveres.

A Polícia Civil encontrou quatro corpos em estado de mumificação no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio, na última sexta-feira (3). A descoberta ocorreu durante diligências da 23ª DP (Méier), que investiga irregularidades na entrega de corpos ao Instituto Médico Legal (IML).

De acordo com a corporação, as apurações integram dez inquéritos que apuram falhas no manejo de cadáveres dentro da unidade hospitalar. Ao todo, 14 corpos estão sob investigação, e entre os encontrados havia um armazenado desde dezembro de 2024, sem qualquer identificação.

A investigação começou após um perito do IML relatar dificuldades para elaborar laudos, já que os corpos recebidos chegavam em avançado estado de decomposição. Testemunhas confirmaram que outros cadáveres poderiam estar retidos por meses no hospital — o que foi comprovado durante as diligências.

Os corpos foram recolhidos e levados ao IML, onde serão submetidos a exames periciais. No momento da operação, não havia responsável pelo setor do necrotério presente na unidade.

Segundo a Polícia Civil, funcionários e gestores do hospital serão ouvidos, e as investigações buscam identificar responsabilidades e possíveis crimes de fraude processual e vilipêndio de cadáver.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os corpos foram encaminhados ao IML pela Defesa Civil e que a chefe do setor responsável foi afastada. Uma sindicância interna foi aberta para apurar o caso.

Ainda segundo a SMS, os corpos pertenciam a pacientes sem identificação ou familiares conhecidos, o que teria dificultado o sepultamento dentro do prazo legal. A direção do Hospital Salgado Filho declarou que não houve intenção de atrasar os procedimentos de liberação e que colabora com as investigações.