SEQUESTRO DE JORNALEIRO EM NITERÓI: CARRO USADO NO CRIME É ENCONTRADO CARBONIZADO

Investigação aponta relação com comércio ilegal de cigarros na Região Oceânica

Foto: reprodução 


Carro incendiado e novas testemunhas reforçam linha principal da polícia.

Foto: arquivo pessoal 

O sequestro do jornaleiro Eduardo Aguiar Ferreira, de 24 anos, ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (1º). O Toyota Corolla prata usado pelos criminosos foi encontrado totalmente incendiado em Imbariê, Duque de Caxias — mesma área onde o celular do jovem emitiu seu último sinal antes de ser desligado. Eduardo está desaparecido desde a tarde de 24 de novembro, quando foi capturado na Região Oceânica de Niterói.

O caso, conduzido pela 81ª DP (Itaipu), começou após Eduardo ser abordado por três homens na Rua Jaerte Pimentel de Medeiros, em Itaipu. Testemunhas contaram que ele seguia de moto quando o grupo o retirou do veículo e o colocou à força no carro prata, fugindo em direção à Avenida Central.

Com imagens entregues por moradores e parentes, a polícia conseguiu rastrear o veículo até a Baixada Fluminense. Em Imbariê, equipes localizaram o Corolla completamente incinerado e vestígios de pneus queimados próximos ao ponto onde o carro foi abandonado. Bombeiros e peritos recolheram materiais que podem ajudar na identificação dos responsáveis. Segundo a investigação, duas pessoas que estavam com o automóvel no dia do sequestro já foram identificadas.

A linha principal: cigarros ilícitos

As novas informações da polícia afastam qualquer hipótese de motivação afetiva. A delegacia concentra a investigação na distribuição de cigarros de origem ilícita, atividade que Eduardo exercia há algum tempo.

Agentes afirmam que familiares omitiram dados importantes nos primeiros depoimentos, o que atrasou a apuração. Em diligências realizadas no dia 27, policiais foram ao endereço de um primo da vítima buscando a carga de cigarros que teria motivado o conflito, mas o material havia sido removido. O tio de Eduardo, que tinha conhecimento do esquema, apresentou informações falsas e acabou preso em flagrante por fraude processual. Após pagar fiança, conseguiu liberdade provisória.

A polícia já identificou também a pessoa que teria sido protegida pelo tio: a dona de uma tabacaria em uma comunidade, que supostamente negociava com Eduardo.

Histórico e motivação

A investigação aponta que o jovem já havia sido preso em flagrante em 2023 com uma carga de cigarros roubada. Para a polícia, isso reforça a possibilidade de que Eduardo atuava como intermediário na distribuição de produtos ilegais em Niterói, o que pode ter levado ao sequestro.

Buscas continuam

A 81ª DP afirma que mantém todas as linhas de apuração ativas e que novas diligências seguem sob sigilo. A delegacia destaca que recebe informações sigilosas de moradores e colaboradores, desde que minimamente consistentes.

As buscas pelo paradeiro de Eduardo Aguiar Ferreira continuam.

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