A DECADÊNCIA DA TRADIÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE DOCES NO DIA DE COSME E DAMIÃO

A DECADÊNCIA DA TRADIÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE DOCES NO DIA DE COSME E DAMIÃO - Ruas de Niterói e São Gonçalo, não apresentam a mesma movimentação de crianças como era a anos atrás.

Foto: reprodução

Até o final dos anos 80 e início dos anos 90, era comum ver um grande número de crianças pelas ruas correndo atrás de doces. Era prática habitual que as pessoas fizessem promessas e passassem a distribuir doces por anos, cumprindo as promessas feitas aos santos Cosme e Damião.

Entretanto, desde o início dos anos 2000, temos observado uma decadência bastante evidente dessa tradição. Esse fenômeno não ocorre somente devido ao aumento expressivo do número de evangélicos no Brasil, mas também devido a dois outros fatores que têm contribuído significativamente para o declínio dessa tradição. Um desses fatores é o preconceito de algumas pessoas que, de maneira ignorante e preconceituosa, insistem em rotular os doces distribuídos como "coisas do diabo", e isso tem se enraizado em determinados setores da sociedade.

Outro fator é a influência da tecnologia. Hoje em dia, temos crianças que preferem passar horas diante das telas de seus celulares a sair de casa para brincar nas ruas ou jogar bola com os amigos. Mesmo a distribuição de doces não consegue fazê-las se afastar dos jogos ou dos vídeos no TikTok.

Será o fim da Tradição de Cosme e Damião? De forma alguma! O que já está acontecendo é que alguns centros espíritas, escolas de samba do Rio de Janeiro e algumas pessoas estão realizando festas fechadas onde distribuem doces. Além disso, ao invés de distribuírem os doces em casas como antigamente, algumas pessoas têm optado por distribuí-los a partir de carros. Elas percorrem as ruas e, ao avistar grupos de crianças, estacionam e fazem a distribuição dos doces.

A antiga prática de distribuição com cartões que davam direito ao doce em um horário específico foi praticamente extinta. No entanto, para os devotos de COSME e DAMIÃO, deixamos a certeza de que a tradição pode até se transformar, mas morrer, jamais!

Jornalista: William C Simas