PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DEIXA PROFISSIONAIS DA SAÚDE SEM PAGAMENTO E IMPOE CLIMA DE SILENCIAMENTO
Funcionários do Pronto Socorro Central denunciam atrasos salariais, omissão da gestão e sobrecarga de trabalho sem compensação
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Foto: reprodução |
A revolta tomou conta dos profissionais da saúde que atuam no Hospital Municipal Armando Sá Couto, conhecido como Pronto Socorro Central da Zé Garoto, em São Gonçalo. Enfermeiros e técnicos de enfermagem denunciam o não pagamento do retroativo salarial e do complemento dos vencimentos desde fevereiro, agravando ainda mais a já precária situação financeira de quem atua na linha de frente.
Segundo relatos, os atrasos vêm sendo justificados pela administração hospitalar como consequência da falta de repasses por parte da Prefeitura de São Gonçalo. No entanto, os próprios trabalhadores apontam um cenário de silenciamento e medo dentro da unidade, onde questionar a gestão virou tabu e pode gerar represálias.
Uma funcionária, que pediu anonimato por temer perseguição, afirmou que o setor de Recursos Humanos do hospital não apresenta qualquer previsão concreta para regularizar os pagamentos. Quando os valores são depositados, vêm incompletos e sem explicações, afetando tanto os retroativos quanto os salários atuais. A situação se agrava com o não pagamento adequado das horas extras, que têm sido parceladas ou pagas com valores inferiores ao devido.
“A enfermagem está exausta diante de tamanha falta de respeito e humilhação por parte da gestão do hospital e do município”, desabafou a funcionária, expressando um sentimento compartilhado por muitos colegas. A insegurança financeira, somada à sobrecarga de trabalho e à negligência institucional, tem causado sérios impactos na vida dos profissionais que deveriam ser valorizados, e não ignorados.
A crise ocorre em meio a revelações alarmantes feitas pela SpingRV Notícias, que publicou esta semana uma matéria expondo a existência de mais de 10 mil cargos comissionados apenas na área da saúde do município. O número escancara uma estrutura inflada de apadrinhamentos políticos, enquanto os verdadeiros profissionais seguem sendo negligenciados e tratados com descaso.
A pergunta que fica é: até quando a Prefeitura de São Gonçalo continuará ignorando os direitos básicos de quem sustenta o sistema público de saúde?
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