RESTAURAÇÃO DAS IMAGENS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA E DO BISPO AVANÇA NO JARDIM SÃO JOÃO EM NITERÓI
Igreja de São João assumiu os trabalhos após impasse entre Prefeitura e Arquidiocese
A restauração das imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Bispo, localizadas no Jardim São João, em Niterói, já está em andamento. Inicialmente houve um impasse sobre a responsabilidade pela obra — se caberia à Prefeitura de Niterói ou à Arquidiocese — mas, por fim, a Igreja de São João Batista assumiu o compromisso e deu início ao processo. O jornalista William C. Simas esteve no local e acompanhou parte dos trabalhos ao lado da conservadora-restauradora Renata Bravo, que atua pela empresa Perspectiva Manutenção Predial, responsável pela intervenção. Segundo ela, o monumento de Nossa Senhora de Fátima passa primeiro pelo processo de conservação e, em seguida, será a vez da imagem do bispo.
Padre Luís Cássio Moreira, pároco da Catedral de São João Batista, fez o pedido formal da restauração, que busca recuperar o bronze original da escultura, devolvendo ao conjunto seu aspecto artístico e religioso, preservando também o valor histórico que carrega para a cidade.
Durante a restauração | Foto: divulgação |
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
O monumento em bronze reproduz a imagem de Nossa Senhora de Fátima e dos três pastores — Francisco, Jacinta e Lúcia, a quem a Virgem teria aparecido em Portugal, no início do século XX. A obra foi executada em São Paulo pelo escultor italiano Giandomenico de Marchis, a pedido do então vigário da Catedral, monsenhor Antônio Macedo.
O trabalho foi realizado em homenagem à passagem por Niterói da imagem original do Santuário de Fátima e ao centenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição. O monumento foi inaugurado em 13 de junho de 1954, em cerimônia que contou com a presença do governador Amaral Peixoto, do bispo de Niterói Dom João da Mata e do então bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Helder Câmara.
O ESCULTOR
Foto: arquivo Catedral de São João Batista de Niterói |
Giandomenico de Marchis foi um renomado escultor italiano que migrou para o Brasil em 1947, a convite da família Matarazzo. Formado em artes em Nápoles, Torino e Roma, especializou-se no estudo do corpo humano e seus movimentos. Assinou obras em bronze, mármore e terracota, tanto na Europa quanto no Brasil, deixando trabalhos permanentes em praças públicas e edifícios importantes, como no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Foto: SpingRV Noticias |
A restauração em andamento resgata não apenas o valor espiritual do monumento, mas também a memória cultural e artística de Niterói, mantendo viva a história que une fé, tradição e arte.
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