OPERAÇÃO NA MARÉ REAGE A TENTATIVA DE INVASÃO EM COMUNIDADES DE NITERÓI

Ação policial ocorre após criminosos saírem da Maré para atacar áreas do Fonseca

Criminosos usam redes sociais para ostentar capacidade ofensiva, e anunciar que mantém controle sobre comunidades de Niterói | Foto: reprodução


Operação no Rio e confrontos em Niterói expõem escalada de violência entre facções.

Uma operação realizada ontem no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, foi uma resposta direta do Estado à ofensiva de criminosos que deixaram o conjunto de favelas no início da semana para tentar invadir as comunidades Palmeiras, Coronel Leoncio, Coreia e Santos Cristo, todas no bairro do Fonseca, em Niterói.

Campo da Coronel Leoncio em Niterói | Foto: Reprodução


Os criminosos avançaram pelo município sem serem barrados, mesmo com o sistema de detecção de tiros da prefeitura e com câmeras espalhadas por diversos pontos da cidade. Após circularem livremente pela região, o grupo seguiu até o Morro do Preventório, em Charitas, onde iniciou uma intensa troca de tiros. Um homem morreu no local — segundo informações preliminares, ele teria ligação com o tráfico da área.

Na Palmeiras, a polícia realizou uma varredura na segunda-feira e prendeu dois criminosos armados, que também portavam rádios comunicadores. No mesmo dia, integrantes do Comando Vermelho divulgaram vídeos nas redes sociais afirmando ter encontrado um fuzil deixado pelos rivais durante a movimentação.

A tensão seguiu durante a noite de terça-feira, quando um novo confronto foi registrado dentro da comunidade. Criminosos vindos da Maré, que tentavam se estabelecer no território, acabaram sendo expulsos pelos traficantes do CV.

No dia seguinte, a operação do Estado na Maré resultou em episódios de extrema gravidade. Uma criança foi baleada dentro de uma escola, e um criminoso chegou a fazer uma mulher e uma criança reféns. Armado com um fuzil, ele acabou rendido pelos policiais no momento da prisão.

Três pessoas morreram durante a ação, incluindo um vendedor de queijos que, de acordo com a polícia, teria envolvimento com o crime organizado. A entrada total das equipes nas comunidades não foi concluída, e moradores relataram que a forte resistência dos traficantes tinha como objetivo proteger lideranças do TCP escondidas dentro do complexo.

Enquanto isso, em Niterói, criminosos do Comando Vermelho divulgaram novas postagens ostentando armas de grosso calibre e reforçando que seguem com o controle do tráfico local.

Atualmente, o grupo mantém domínio territorial integral em São Gonçalo e Niterói, cenário que alimenta confrontos frequentes e pressiona ainda mais as forças de segurança — em áreas onde a disputa armada já faz parte da rotina.

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