A Nova Rota do Desaparecimento: Como Liberdade e Tecnologia Estão Expondo Jovens ao Risco
Conectividade, desejos não compartilhados e relações virtuais estão por trás de muitos sumiços de meninas nas redes sociais
Muitas adolescentes desaparecem após encontros marcados online, longe dos olhos dos pais e embaladas pela falsa sensação de liberdade.
Vivemos em uma era em que a tecnologia encurtou distâncias, ampliou conexões e transformou a maneira como os jovens se relacionam com o mundo. Aplicativos como Uber, redes sociais e smartphones deram à juventude uma autonomia sem precedentes. Mas essa liberdade, quando não acompanhada de diálogo, tem custado caro.
Hoje, é comum vermos casos de meninas que somem de uma hora para outra, muitas vezes após marcar encontros com desconhecidos ou seguir impulsos motivados por conversas online. O ambiente digital facilita a aproximação e dá uma sensação de segurança ilusória, onde desejos, fantasias e carências se misturam sem o crivo da maturidade ou da supervisão familiar.
As redes sociais, que deveriam ser canais de socialização, muitas vezes se tornam um palco perigoso para relações escondidas, encontros arriscados e decisões tomadas às pressas. Muitas adolescentes veem nesse universo a chance de se sentirem mais livres, independentes e desejadas — sem perceberem que, por trás de algumas telas, podem estar pessoas com intenções cruéis.
O problema se agrava pelo silêncio. Esses contatos e desejos raramente são compartilhados com pais ou responsáveis. A falta de comunicação em casa, o medo do julgamento ou a sensação de que “sabem o que estão fazendo” leva essas jovens a trilharem caminhos sozinhas, e muitas vezes sem volta.
Por isso, cada desaparecimento estampado em perfis de busca nas redes sociais não é apenas um número. É o reflexo de uma juventude exposta, impulsiva e fragilizada — vivendo num mundo que oferece muitas portas abertas, mas sem avisos claros sobre o que há do outro lado.
Por: William C Simas
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