MARCINHO VP RECORRE AO STF PARA CONCEDER ENTREVISTA EXCLUSIVA A ROBERTO CABRINI
Decisão pode abrir precedente para criminosos de alta periculosidade falarem à mídia
Pedido tenta garantir entrevista ao Domingo Espetacular; defesa alega direito de expressão
A defesa de Marcinho VP, apontado pelas autoridades como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar autorizar uma entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini, do programa Domingo Espetacular, da Record. O movimento ocorre dias após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, segundo dados oficiais, reacendendo o debate sobre a violência nas favelas do Rio e o papel do Estado nos territórios dominados pelo tráfico.
O recurso menciona que o preso teria direito à liberdade de expressão e que a entrevista teria caráter jornalístico, sem qualquer finalidade de apologia ao crime. Já o Ministério Público se posiciona contra a liberação, afirmando que a exposição pode fortalecer a imagem pública do criminoso e servir como instrumento de influência dentro e fora dos presídios.
A tentativa de Marcinho VP também traz à tona episódios anteriores que marcaram a imprensa brasileira. Um dos exemplos mais lembrados é a entrevista de Fernandinho Beira-Mar, concedida a Roberto Cabrini no programa Conexão Repórter, exibido pelo SBT em 28 de agosto de 2016, quando o jornalista conseguiu uma das raras conversas com um dos maiores nomes do tráfico no país. O caso virou referência para discussões sobre limites jornalísticos, segurança e interesse público.
O assunto voltou ao centro das atenções por envolver ainda o cantor Oruam, filho de Marcinho VP, que acumula milhões de visualizações nas plataformas digitais e tem enfrentado polêmicas recentes relacionadas às declarações sobre o pai e seu envolvimento com o crime.
Agora, cabe ao STF decidir se a entrevista será autorizada. Caso o pedido seja aceito, a conversa promete repercussão nacional e poderá revelar a visão interna de uma das figuras mais temidas do Comando Vermelho — num momento em que a disputa entre facções, as ações policiais e a escalada de violência seguem moldando o cotidiano do Rio de Janeiro.
    
    
    
    
    
    
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